segunda-feira, fevereiro 26, 2007

De olho na tela III - Oscar, o melhor amigo do leão

Uma rainha inglesa e conservadora, um ditador africano e sanguinário, um incrível realizador ítalo americano, uma família disfuncional - será? pinguins que dançam e sapateiam sobre uma ainda enorme planície gelada, a verdade inconveniente de um político quase presidente, a banda sonora da desesperança e a justiça feita a uma cantora descoberta também atriz. Aos premiados, os Oscars. Aos menos cotados, a lembrança de que um dia também fizeram parte desta festa.
Do meu sofá, sem fazer zapping, acompanhei o que pude e o que não pude - o sono é o pior inimigo das grandes galas e dos melhores filmes das nossas vidas. Sem pestanejar, fiquei atenta até aos intervalos comerciais. E alguém se lembra do que era veiculado nesses poucos minutos? De volta para o palco e a platéia, dessa vez sem grandes separações entre nomeados e consagrados, flashes rápidos dos nossos ídolos de sempre, em carne e osso, sapatos Manolos, vestidos Lacroix, ternos Armani e jóias Cartier. Mesmo disfarçados, não conseguia separá-los dos seus personagens irrepreensíveis. Gwen Patrow é a Julieta de ‘Sheakspeare Apaixonado’ apesar dos poucos segundos de presença a que teve direito. Ao Peter O’Toole, tudo.
Mais globalizado, filme americano falado em japonês, politicamente correto ou incorreto, a verdade é que nesta Babel de takes, planos e contra planos descobrimos, vencidos pelo cansaço da madrugada, que a fantasia é a nossa realidade passada a limpo. Ou será ao contrário? Como diria Maria Antoinette, prêmio mais do que merecido de melhor guarda-roupa, se não tem pão, comam brioches. Bons filmes para todos.

Um comentário:

Lord Broken Pottery disse...

Marise,
Adorei ver a rainha recebendo Oscar.
Kisses