As mulheres brasileiras foram manchete de primeira página. Mas não pelos melhores dos motivos. “Brasileiras são as maiores vítimas do tráfico para fins sexuais”, grita a matéria do jornal “Público” sobre um estudo feito na Universidade de Coimbra e apresentado com pompa e circunstância na conferência ‘Tráfico de seres humanos’, organizado pela presidência portuguesa da União Europeia. “A maioria das vítimas de tráfico sexual em Portugal é de nacionalidade brasileira, seguindo-se as mulheres da Europa de Leste e as africanas, começando a evidenciar-se as de nacionalidade nigeriana”, explicou a investigadora para um auditório repleto com os chamados donos do poder.
Enquanto o mundo dito civilizado discute a igualdade entre os gêneros e a tolerância zero para este tipo de crime, nós publicitários e publicitárias o que fazemos? comerciais de trinta segundos em que nossos peitos são transformados em refrigerantes, cartazes de sandálias com curvas ‘femininas’ para serem pisadas por pés masculinos suados e incentivamos as futuras candidatas a famosas a posarem nuas nas págianas de revistas, nunca sem antes deixar de declarar o nome do seu político-amado-amante. Moralismos à parte, um certo cuidado com o bom gosto, o respeito e um quê de senso estético não ficaria mau a ninguém. Pobreza, violência, estupidez, falta de perspectivas e ignorância são alguns dos males do mundo mas, porque vamos ajudar a agravá-los. Rir não é o melhor remédio.
quarta-feira, outubro 10, 2007
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