quarta-feira, abril 30, 2008

On Off

Tenho acompanhado todas as etapas deste tristíssimo e monstruoso episódio do caso Isabella. Mesmo com um oceano a nos separar, é impossível não ouvir, não comentar e fugir da vontade de julgar e dar opiniões. Sigo sempre assustada às próximas cenas deste CSI São Paulo, com a certeza de que as boas e más notícias voam e na era em que vivemos, perderam de vez a vergonha e as distâncias.

Quando menos se espera, somos levados a assistir a mais um espetáculo mediático onde o número principal não é o dos jornalistas que fazem o seu trabalho, dos editores competentes, deste arsenal tecnológico de todos os dias ou do batalhão de polícias e peritos quase sempre atentos. Assombrados, constatamos que o edifício London, palco desta tragédia toda, não fica nada a dever ao Ocean Club, resort de classe média alta, onde há exatamente um ano desapareceu a menina inglesa no Algarve.

No rufar dos tambores o salto sem rede é que a vida real está ali, agora muito mais próxima de nós, na janela de um sexto andar ou no térreo de uma varanda ensolarada, capturada por uma câmera qualquer. Com um olhar mórbido e penalizado fazemos ON em vez de OFF e, gostando ou não, ficamos com as emoções em suspenso. O ingresso para a próxima temporada deste circo dos horrores já está à venda e custa caro.

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