sábado, junho 27, 2009

Filosofando...


Porque hoje é sábado, é dia de mergulhar nos jornais online. Entre www pontos e mais pontos me perco nas notícias. Quando gosto muito do que leio, coisa rara nesses dias, imprimo e faço o meu jornalzinho particular - folhas soltas que guardo numa qualquer gaveta para mais tarde descobrir de novo. Logo cedo, com um olho na tela do computador e o ouvido no noticiário da TV, me abasteço das palavras e pensamentos que vão me alimentar durante a semana. Nesta minha procura, encontro um pouco de tudo e um pouco de nada. Aqui e ali, raciocínios brilhantes, análises profundas, crônicas inteligentes, críticas sem sair do tom, observações contundentes e, quase sempre escondidas no meio de alguma coluna, uma ideia, uma imagem, uma solução, um sopro de ar fresco que está à minha espera, antes de passar para o próximo clique.

Porque hoje é sábado, é dia de filosofar. Depois de ler os comentários sobre as palestras no www.bluebus.com.br e ver os super premiados do Festival de Publicidade de Cannes, nada como dizer a frase lugar comum que, mais do que nunca, vai de encontro a essa nossa profissão - “há sempre uma luz no fim do túnel”. Porque hoje é sábado, reinvente-se.

sexta-feira, junho 26, 2009

Para Michael


A mão, a luva, ainda brilham num anúncio que fiz outrora.
A voz, a música, a dança, a levitar para sempre na minha memória.

quarta-feira, junho 03, 2009

Nas ondas do calçadão



Os do Leblon que me perdoem, mas Copacabana é fundamental. Depois de um vôo de quase dez horas, aterrizei no Rio na sexta feira passada e logo no meu primeiro final de semana de férias na cidade resolvi mudar de calçadão. Antes das dez já estava com o meu boné e o IPod ligado caminhando sobre as ondas da calçada de pedras portuguesas da praia mais famosa do mundo. Lá em cima, o morro da Babilônia e o Cantagalo espiam todos os pecados, enquanto aqui em baixo os habitantes desta cidade bairro desfilam toda a sua santa carioquice - cães, crianças, ambulantes, mendigos, turistas, pelotões de idosos, jovens musculados, meninas em busca de vida melhor ou pior, vendedores nos seus quiosques, policiais de bicicleta, tudo a postos para mais um dia de domingo. No Leme, um majestoso navio cargueiro desaparece fotograma por fotograma atrás da enorme pedra. O céu cinzento, nublado, espalha as suas nuvens sobre o mar. Aproveito para virar em direção à praça do Lido, onde uma garotinha, sentada numa charrete puxada por um pônei, dá a mão para a sua ainda jovem avó. Emoções de uma foto da infância sorridente invadem a minha manhã. Continuo a caminhada em busca de sentimentos perdidos que com certeza devem estar escondidos dentro das paredes, algures entre as ruas Fernando Mendes e Joaquim Nabuco - o cheiro de maresia na porta do cinema Ricamar, o chopp do Lucas, a boite da juventude dourada, as fachadas sonhos de consumo, o prédio do crime manchete de jornal, a cascata de fogos de artifício e as juras de amor eterno. Logo ali, a estátua do poeta tímido, de óculos, sentado no banco está sempre à espera de quem o ouça. Ao seu lado, um jovem cheio de inspiração digita furiosamente o seu portátil. Nasce um poeta? Atravesso nas listras brancas do asfalto, em passos rápidos para um café no bar do português da esquina. Minhas velhas tias me acenam da varanda. Está na hora de voltar. Lisboa tão longe, na saudade e no mar que ainda nos une.