terça-feira, junho 27, 2006

Muita coisa ficou por dizer

Muita coisa ficou por dizer, muita coisa ficou para ver. Mas o bom do Festival de Cannes é que a gente sabe que um dia pode estar lá de novo. Como colunista, jornalista, publicitária ou, quem sabe, como caçadora de leões.








segunda-feira, junho 26, 2006

O mundo é pequeno pra caramba

O MUNDO É PEQUENO PRA CARAMBA
TEM ALEMÃO, ITALIANO E ITALIANA
O MUNDO FILÉ À MILANESA
TEM COREANO, JAPONÊS E JAPONESA

O MUNDO É UMA SALADA RUSSA
TEM NEGO DA PÉRSIA, TEM NEGO DA PRÚSSIA
O MUNDO É UMA ESFIHA DE CARNE
TEM NEGO DA ZÂMBIA, TEM NEGO DO ZAIRE

O Festival de Cannes terminou, os prêmios já foram entregues e quem ganhou, ganhou. Quem não ganhou, ano que vem tem mais. Voltei para casa, na sexta-feira, carregada de informações e com uma sensação de que tinha participado de um evento único, uma grande feira de idéias, tendências e novas oportunidades.
As melhores cabeças pensantes do planeta estavam por lá. Alguns apareceram disfarçados - clientes de criativos, executivos de palestrantes , publicitários de jornalistas, produtores de relações públicas - mas o importante é que, de alguma maneira, deram o seu recado. E, como feras que são, defenderam com unhas e dentes o nosso mercado de trabalho.
Ainda no avião, vendo a baía de Cannes lá de cima , comecei a fazer um pequeno vale a pena ver de novo do que havia acontecido comigo naqueles dias. E as imagens que me vinham à cabeça não poderiam ser melhores.
Tá certo que não tive a sorte de dar de cara com o Bono Vox (alguém teve!), um dos meus ídolos, passeando por lá em plena madrugada. Mas tive a chance de encontrar velhos amigos (a Cristina e o Fernando da Giovanni/FCB), ganhar outros (a Catarina do Expresso, a Mônica da Y-Dreams) e me sentir fazendo parte de um mundo muito especial, onde a técnica combina com arte que combina com gente que combina com produtos que combina com sucesso que combina com vendas que combina com comunicação que combina com ideias que combina com publicidade.

Agradecer também faz parte deste nosso negócio: primeiro ao Júlio e à Elisa pela fantástica oportunidade; ao meu irmão Felipe pela força e o mapa de Cannes com os horários dos ônibus; à minha Thê, mãe e amiga, pelos bons pensamentos que sempre ajudam; ao Zeca Barroso pelo e-mail comovente de tão boas lembranças e aos que me escreveram e deram as suas opiniões, porque de alguma maneira vocês também fizeram parte desse blog. Viva Mário Quintana, Viva Jaques Tati, Viva!

EVERYBODY IS FILHOS DE GOD
SÓ NÃO FALAMOS AS MESMAS LÍNGUAS
EVERYBODY IS FILHOS DE GHANDI
SÓ NÃO FALAMOS AS MESMAS LÍNGUAS
(do CD Vagabundo de Ney M. e Pedro Luís e a Parede)

quinta-feira, junho 22, 2006

Aos fundamentalistas de plantão

Os fundamentalistas da publicidade e dos prêmios que me perdoem mas como não falar de moda, estando há quase uma semana em Cannes. Tudo aqui em volta respira moda. Entenda-se por moda, roupas e calçados de altíssimo luxo para altíssimo poder de compra. Tá certo que aqui na Rue D'Antibes, onde fica o meu hotel, aqui e ali vê-se uma loja assim, como direi, mais barata. Mas é só para disfarçar. Mas vamos ao que interessa: a moda das duas noite de entrega dos prêmios que assisti no Palais.
No começo estranhei o que estava escrito no convite. Traje black-tie. Então pensei, como não sou homem isto não tem nada a ver comigo mas, confesso, que continuei preocupada. Uma amiga jornalista, habitué destas festas há dez anos, me avisou. Liga não, o pessoal todo vai informal.Tem gente até de jeans no palco na hora de receber o prêmio. Tá certo, vou olhar o que trouxe na mala, caprichar no visual e pronto. Pra que me preocupar com coisa tão fútil. E lá fui eu. Eu e todo o mundo.
Cheguei meio atrasada e no auditório já estavam todos sentados em enormes cadeiras vermelhas. Não dava para ver direito o jeito fashion do pessoal. Só pude reparar que havia uma turma toda de preto na frente e outra toda de camisas brancas sentada atrás. Aqui e ali os tons da moda. Um pantone com as cores básicas.
Começou a entrega dos leões. As meninas do palco brilhavam com seus longuinhos. O apresentador e o organizador de black-tie, e os grandes vencedores com trajes dos mais variados feitios e tamanhos. Jeans, bermudas, camisa de xadrez, saia curta, saia comprida.Cheguei mesmo a ver uma etiqueta do lado de fora do vestido novo da francesa que subiu no palco para receber o seu prêmio. Pela roupa que estavam vestindo, me senti igualzinha a eles. Com um grande diferença, a de que os spots estavam em outra direção.
Por coincidência, a palestra que vou assistir amanhã é sobre esse tema - Moda e Estilo de Vida. No press-release que acabei de ler tem uma frase que diz o seguinte: pense no consumidor como um desbravador, um expedicionário, sempre explorando o novo, o diferente e os extremos. Tem tudo a ver com esses criativos caçadores de leões, não tem?
Nota fashion: ter escrito na parte de trás do casaco a palavra Special ou trazer na t-shirt a frase Feel Good é moda por aqui. Saem as marcas, entram os consumidores dizendo o que pensam. Uma tendência?

quarta-feira, junho 21, 2006

Da série fazendo blague

Da série fazendo blague:

. A cerimônia da entrega dos prêmios é realmente uma coisa muito especial, engraçada e divertida. Durante não mais do que duas horas, premiados e platéia são as verdadeiras estrelas do pedaço, com direito a escadaria com tapete vermelho e tudo. É o chamado quinze minutos de fama daqueles que passam a maior parte do seu tempo, fazendo com que milhares de marcas fiquem famosas. Dos bastidores para o palco. Do palco para a fama. Da fama para a mesa com mais trabalho. Porque há sempre uma segunda-feira nas nossas vidas. E ainda bem que é assim.

. Foram entregues, entre outros, os leões de outdoor.O mundo subiu ao palco para receber prêmios e aplausos. Hindus, americanos, neozelandeses, chilenos, argentinos e até uma vencedora da Malasia que com o filho no colo foi buscar o seu merecido troféu. Agora sim a família ficou completa.

. Informação é o que não falta no Press-Center. Todos os dias eu venho carregada de papéis para o hotel. Tenho desde o Lions Daily até um cupom para concorrer a um passeio de helicóptero sobre a baía de Cannes. Vale tudo quando querem chamar a nossa atenção. Afinal, o público-alvo agora somos nós.

. Por força do hábito, não resisti e entrei no Monoprix. Peguei a escada rolante e fui direto para o supermercado no segundo andar. As delícias estavam todas ali, me olhando por trás do balcão de vidro. Passei rápido em busca da prateleira das águas minerais. Mais light não poderia ter sido. No caminho uma parada nas frutas e de quebra uma caixa de Grissini com sésamo. Chega. Tentação demais é pecado, mon dieu.

. A noite foi de festa na Croissette. A Gala de abertura do Festival numa ponta e próximo dali, os suecos fecharam um bar para assistir ao jogo nos telões. Música de um lado e gritos do outro. No meio disso tudo o Hotel Majestic, do alto dos seus muitos andares, finge que não vê o que está a acontecer do outro lado da calçada. La vie en rose, toca o músico na sua concertina.

terça-feira, junho 20, 2006

Cinematographe Lumière

Pela primeira vez desde que cheguei, o dia amanheceu com sol. Meio tímido, meio enevoado, mas como nao sair para dar uma caminhada. Afinal, estou em plena Côte D'Azur. O mar está logo aqui, ao virar da esquina. Ir até lá e olhar para aquele azul todo é como fazer uma reverência à cidade. Coisa de carioca.Vesti meu tênis, minha camiseta a lá fui eu pela Croisette afora. O movimento já estava começando. Os locais arrumavam os seus quiosques, corredores corriam, os atletas bicicletavam, o trabalhadores trabalhavam e senhoras e senhores passeavam com seus chiens. O pessoal de apoio do Festival passa por mim apressado em direção ao Palais. Baguete em baixo do braço, blusas de listras azul-marinho, cesta de palha com frutas e jornal, a manhã de Cannes começa como todas as manhãs do mundo. Aqui e ali painéis rotativos apresentavam os seus cartazes. O anúncio do festival de música clássica para julho dava o tom da caminhada.
Na areia, como cogumelos, barracas ainda por abrir faziam um silêncio respeitoso às primeiras espreguiçadas e braçadas dos banhistas mais afoitos. Transatlânticos solenes e altivos (dois, enormes!) observavam de longe o acordar na baía de Cannes. Com a bicicleta encostada nas pedras do cais ali embaixo, uma jovem parecia parada no tempo. De biquini duas peças e chapéu de abas, sentada assim meio de lado sobre uma toalha, conversava calmamente com um rapaz moreno de calção. Depois de viajar naquele take, olhei para o outro lado e lá estavam o Hotel Carlton, o Martinez, o Grand Hotel, os prédios da Riviera, palcos de tantos filmes e livros que vi e li. Senti que aquilo tudo me era muito familiar. Só faltava mesmo passar um conversível vermelho, para que eu, de lenço esvoaçante e valise, embarcasse em mais uma viagem de sonho. Mas os milionários acordam tarde e os atores, dizem, só levantam cedo quando estão nos sets de filmagem.
Fim do filme, luzes acesas, olhada no relógio. Está na hora de cair na real (ou será virtual?). No caminho, os cartazes continuam a rodar suas mensagens. Existem mais pessoas no mundo a utilizar a internet do que a ver televisão, avisam. Dobro uma esquina para comprar uma garrafa de água no primeiro supermercado do caminho. Surpresa! lá no fundo da rua, um enorme letreiro do Cinematographe Lumière com a foto dos dois irmãos. Por uns instantes, tive a certeza que eles estavam a me saudar. Salut!

segunda-feira, junho 19, 2006

Café Roma

Nada como o futebol para descontrair um pouco, antes de escrever sobre aspalestras do dia que acabei de assistir. Ontem, a torcida brasileira estava impossivel no Cafe Roma na hora do jogo contra a Australia. Nao sei como apareceu tanta gente vestida de verde e amarelo. Quando cheguei, nao tinha mais lugar nem em pe. So do lado de fora do bar, meio de lado para a telinha. Como sou daquelas torcedoras que presto alguma atencao mas nao tanto ao jogo, resolvi ir para o cafe ao lado que estava bem mais tranquilo. Quer dizer, mudei de torcida e fui para o lado errado da arquibancada. Quando percebi, ja era tarde. O garcon tunisino, acho eu, ja havia colocado na minha frente uma deliciosa tarte de pomme chaude com sorvete de baunilha e facil, facil, eu troquei esta delicia calorica pela outra, vamos dizer, mais aerobica. Mas jogo e jogo e quem nao faz, leva. Ao meu lado, os youngs portugueses eram entrevistados e eu, com um ouvido ca e outro la, tentava ver a outra dupla de craques youngs - o Ronaldinho e o Robinho - por tras de um vaso de plantas bem em frente ao televisor. O garcon provavelmente me colocou ali porque nunca iria imaginar que uma carioca poderia estar perdida na torcida errada. Mas, tudo bem. Ouvia os gritos da brasileirada (paulistas na sua grande maioria) de longe e, na hora do primeiro gol, a vibracao foi geral. Ai nao resisti e gritei tambem. Ao meu lado, alguns franceses e outros tipos de nacionalidade desconhecida me deram um sorriso de aprovacao e dali por diante, ficaram prestando a maior atencao no jogo e ate comecaram a torcer pelo timaco. Os youngs ao lado continuavam na entrevista e uma amiga, com a maior disposicao, enfrentava uma enorme taca de sorvete com calda de caramelo(delicia das delicias!). Vieram os lances perigosos, os dribles, as jogadas suspeitas e, por ultimo, o segundo gol. Gritos de novo e a torcida la bas, na maior animacao. Bem, depois do segundo gol, resolvi relaxar de vez a minha atencao. O jogo acabou e eu nem vi. So percebi quando a turma do verde e amarelo comecou a sair do Cafe vibrando. Naquele exato momento, pude sentir em plena Croissette, toda a alegria e a emocao que estava acontecendo no meu pais aqui tao perto e tao distante.

Marinheira de primeira viagem

Para uma marinheira de primeira viagem ao Festival de Cannes como eu, tudo e novidade. Ate escrever neste teclado esquisito da sala de imprensa, onde os acentos, tils e cedilhas existem mas, coloca-los no lugar certo e que sao elas. Quando eu tiver um pouco mais de tempo, vou olhar para o lado, fazer um ar assim de meio perdida e com certeza uma boa alma vem me ajudar, espero. Tempo e o que a gente tem que saber gerir por aqui. O tempo fisico (!) e o tempo virtual para entrar mais no espirito da novas midias e tecnologias. La fora, o sol nao esta a brilhar, esta nublado e com uma certa nevoa meio cinema noir. Dizem que e por causa de uma frente fria que se abateu sobre a Europa. Praia na Cote D' Azur (acertei o acento!), por enquanto, nem pensar. Aqui dentro do Palais o tempo esta curto. Palestras e mais palestras e gente, muita gente, por todos os lados. As shorts lists ja sairam e os auditorios (varios) ja comecaram a passar os futuros filmes premiados. Estou no intervalo de uma das palestras e daqui a pouco la vou eu de novo com o meu bloquinho, prestar atencao e me concentrar no meu tempo real. Ou sera virtual. Em tempo: vi um lindo transatlantico e varios iates na Marina aqui bem perto. Felizardos! Como diz o Asterix, sont fous ces brasiliennes.

domingo, junho 18, 2006

Cyber Lounge MSN

Nao da para acreditar mas, estou escrevendo daqui do Cyber Lounge MSN,espaco novo e confortavel, ao som de uma batida muito familar. Um sambinha meio jazz, meio globalizado como um ambiente desses deve ser.
Somos todos muito parecidos. As tribos realmente sao iguais em qualquer lugar do mundo. Vemos um detalhe diferente aqui, outro ali, mas parece que todos tem a mesma cara e nos reconhecemos pelo olhar, sem mesmo precisar conversar. Como as girafas e o leao que estao na entrada a nos saudar, usamos as mesmas roupas e temos ate o mesmo jeito de andar,pendendo meio para o lado por causa do laptop que alguns carregam e da enorme sacola que distribuiram com os papeis, camisetas, convites e eteceteras.
E por falar em bichos pensantes, dei uma volta por ai e vi que
o stand da Africa e o do jornal Estado de Sao Paulo ja estao a todo vapor.Ponto de encontro de brasileiros e outras feras perdidas nesta selva tao familiar.
Em tempo: a temperatura esta a subir, o sol ja comeca a querer aparecer e o pessoal caminha de sandalias com os dedos de fora, para cima e para baixo do Palais.

A viagem

Depois de uma pequena turbulência na chegada, o avião aterrisou sem maiores problemas (ufa, ainda bem, amém). Peguei um ônibus no próprio aeroporto que, em vinte minutos mais ou menos, me deixou com a minha mala de rodinhas bem em frente à Marina desta cidade da Riviera Francesa. De costas para os iates ali ancorados, atravessei na faixa para pedestres e, imediatamente, me senti integrada na paisagem. Tem lugares que parecem que estão à nossa espera há muito tempo e Cannes é um deles.
No meu caminho até o hotel, pude notar que hoje era um dia especial. Havia muita gente nas ruas fazendo compras e passeando na Croissette. As lojas estavam cheias e o clima era de quase festa. Até o Leão de Cannes, cansado de passar os dias sozinho, resolveu arranjar umas companheiras - as girafas da Africa. Com aquele olhar carinhoso e ao mesmo tempo distante que só as girafas sabem ter, elas estão espetadas num enorme outdoor bem em cima da entrada do Palais. As feras estão soltas e as ferinhas também. Hoje os Youngs receberam o briefing do trabalho que terão de apresentar. Depois de me credenciar e receber uma enorme sacola com informações, papéis e mais papéis, fui lá dar uma olhada por trás do vidro e tentar adivinhar o que estava acontecendo.Não consegui ouvir nada mas deu para ver algumas caras dessa gente pra lá de competente. O briefing é para divulgar o trabalho de apoio e proteção que a Cruz Vermelha dá às famílias nos períodos de guerra que, infelizmente, está se tornando uma rotina nesse nosso mundo. O trio brasileiro, gentilmente, nos contou o que pode. O que não pode fica para depois.
A sala de imprensa estava fechada e ainda havia um certo clima de preparação para a abertura do Festival que só começa amanhã. De futebol, por incrível que pareça, não vi nem ouvi nada. Estão todos concentrados para o grande espetáculo de criatividade que vem por aí.

sexta-feira, junho 16, 2006

Biquini de bolinhas

Quero chegar a perfeição de conseguir viajar só com uma mala pequena e o laptop. Mas, por mais que eu tente, ainda não é desta. Por força das circunstâncias, já consegui diminuir bastante o volume e o peso da minha bolsa. Não levo mais os cadernos de anotações (consegui ter cinco deles, numa única viagem!), o computador e o celular os substituíram com vantagens. Levo só um de capa dura para escrever o que me vem à cabeça e aproveito também para colar, com um tubo de prit, os cartões e os mais diversos papéis que costumam parar nas minhas mãos. Porque os papéis sabem reconhecer quem gosta deles, ora se sabem. Chegam assim de mansinho e quando você menos espera, olha um pronto para ser lido. Nesta hora, ou você disfarça e guarda ou, como quem não quer nada, dá uma olhada, vê se interessa (aí é que mora o perigo) e, disfarçadamente, joga o coitado fora na primeira lata de lixo que aparecer. Estou tentando, eu disse tentando, organizar a minha mala para o Festival. As roupas de verão já estão pedindo para serem usadas e as sandálias, aflitas para pisar na Croissette. Não posso esquecer de levar alguma peça de bolinhas. Talvez um lenço, um chapéu ou quem sabe um biquini. Por influência das deusas do cinema francês, a Riviera também combina com elas. Leões, publicitários, filmes, palestras, verão, calor, bolas e bolinhas. Cannes, aí vou eu!

O começo de tudo

Vamos começar pelo começo. Fui convidada pelo Júlio e a Elisa do bluebus.com.br para cobrir as palestras do Festival Internacional de Publicidade. Aceitei na hora tão honroso convite e sábado, dia 17, já estarei embarcando no primeiro vôo Lisboa - Nice. Depois, um ônibus me levará até Cannes onde tudo pode acontecer. Porque gente interessante e notícias não vão faltar para contar.

Para cumprir tão estimulante tarefa, aproveitei minhas férias no Rio e fizemos duas reuniões, vamos dizer assim. Na primeira, no Guimas de Ipanema, entre pasteizinhos e um ótimo vinho conversamos sobre tudo e mais alguma coisa. Um encontro com o casal de amigos, sob o olhar atento da bebê Alice que, de vez em quando, pontuava a conversa com um gritinho de aprovação. A segunda foi na casa deles, em plena sala da redação do bluebus. Mais conversa, mais comidinhas e bebidinhas, algumas dicas e muita vontade de que tudo corra da melhor maneira possível.

O nome deste blog, não poderia ser outro. Blog do Leão. Primeiro, porque os prêmios são os já muito famosos Leões de Cannes e, depois, porque não existe no reino animal bicho mais parecido com a classe dos publicitários e publicitárias, na qual me incluo. Vaidosos, observadores, criativos, atentos, rápidos, ligados, estimulantes. Verdade seja dita: são autênticos reis leões na hora que têm de trabalhar e defender suas idéias. Nestes meus alguns anos pelas agências da vida, encontrei as melhores pessoas do mundo e as piores também. Estão todas por aí, à solta, e em Cannes a partir do dia 18. Se encontrar algum representante desta espécie pela frente, faça festa, elogie e diga alguma coisa interessante. Em troca, você receberá um rugido de satisfação. E, se tiver sorte, irá descobrir que no peito de toda fera também bate um coração. Ou não.